domingo, 23 de maio de 2010

Cada vez que reparava no espelho, e no brilho já se apagando dos seus olhos, sentia uma compressão no peito e na alma.

Todos a desconheciam sem aquela maquiagem, e sem o seu habitual nariz de palhaço. Até ela era sua desconhecida.

Talvez seu erro fosse o excessivo sonhar...

A palhaça do espelho ao encontrar uma lona, se deslumbra, faz daquilo um picadeiro e anuncia aos quatros cantos o espetáculo utópico que está a construir...

E faz planos, se inquieta... Traça rotas e convida artistas...

No dia esperado, depois de tanto anunciar e o circo levantar o inesperado ocorreu.

Ninguém compareceu.

Nem artistas, nem palhaços, nem amigos. Nenhum publico.

Do seu bolso ela tira um pequeno espelho, e percebe que não sabia se havia de rir porque nada era propriamente engraçado. Ao contrario.

Tampou seu rosto com as mãos envergonhada, sentindo suas bochechas corarem.

Refletiu e percebeu que fez de uma velha lona um espetáculo, faz dela sua maior alegria e de repente sua maior tristeza.

Ela olhava o espelho, seus sonhos estavam ali, contidos... Seus olhos se alargavam misteriosos.

_Por que não existir espetáculo se eu estou aqui?

Foi aí que a palhaça triste do espelho, finalmente sorriu...

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